História do Convento

 

Este Convento, chamado de Santo António, fora mandado construir para os Religiosos de S. Francisco, mais ou menos, no ano de 1685, por D. Pedro II, e é chamado o ‘quarto Convento’, por ser o quarto edifício que os Religiosos ocuparam em Campo Maior.

 O primeiro Convento: segundo consta, foi fundado por Fr. Jorge de Paiva e Fr. Amadeu da Silva, da ilustre Família dos Silvas Telles e Menezes, que foram ajudados na sua construção pelo povo desta Vila que generosamente os auxiliou. Foi isto no ano de 1494.

 O segundo Convento: passados 22 anos, talvez porque o primeiro Convento fosse já pequeno; junto dele, construíram um outro, a que chamaram o ‘segundo Convento’.

Deste, constituíram-se padroeiros Afonso Telles de Menezes, irmão de Santa Beatriz da Silva, e que era Alcaide-mor de Campo Maior e Ouguela, e sua mulher D. Isabel de Ataíde.

Neste segundo Convento viveram os Religiosos satisfeitos e felizes até ao ano de 1645, data em que o Rei D. João IV desejou construir novas muralhas para defesa de Campo Maior.

Entregou este, o plano a Nicolau Langre, engenheiro, e este, por lhe parecer assim melhor, traçou o plano passando as muralhas pelo sítio onde estava o Convento, tendo este de ser demolido, para ampliação das fortificações.

 O terceiro Convento: Saíram os Religiosos para uma dependência do Castelo à espera de que lhes fosse construído novo Convento, e aí viveram junto aos soldados durante vinte anos. A esta morada de ocasião, chamaram o ‘terceiro Convento’.

 O quarto Convento: Depois de grandes instâncias, porque a permanência no Castelo se lhes tornava insuportável, devido à convivência com os soldados, começou-se a construir este ‘quarto Convento’ em 1685, para o qual passaram os Religiosos no ano de 1709. Não estava porém ainda terminado, pois a data do seu acabamento, segundo está escrito nas mesmas paredes do claustro, foi no ano de 1738.

Foi este, como já disse, o ‘quarto Convento’ dos Religiosos Franciscanos, e o que é na actualidade o Convento existente em Campo Maior, ocupado pelas Religiosas Concepcionistas Franciscanas, filhas de Santa Beatriz da Silva, Fundadora da Ordem da Imaculada Conceição.

Com a expulsão das Ordens Religiosas de Portugal, ficou este Convento desocupado dos Religiosos que o habitavam, e com o rolar dos anos foi completamente abandonado e esquecido.

 Com um século de abandono e com as guerras de então, ficou este Convento totalmente destruído, e era praticamente um montão de ruínas, quando as Religiosas tomaram conta dele. Só mais tarde a 10 de Junho de 1942, voltou a ser ocupado pelas Religiosas Concepcionistas Franciscanas, vindas de Espanha, filhas de Santa Beatriz da Silva.

 A reconstrução demorou até ao ano de 1968.

A construção da Igreja do Convento foi de 1685ca. a 1709.

Cronologia  

1493 – fundação do convento primitivo pelos franciscanos Frei Jorge de Paiva e Frei Amador da Silva, sob a invocação de Santo António;

1514 – ampliação com a construção de um segundo convento;

1645 – mudança da comunidade para outro local e demolição do convento para ampliação das fortificações do castelo da vila (v. PT041204030002);

1685 – início construção do convento actual;

1709 – instalação da comunidade no convento;

1732 – conclusão da construção da igreja, segundo data no pórtico principal;

1738 – construção do claustro;

1834 – expulsão dos frades;

1942 – a pedido do Arcebispo de Évora, D. Manuel Mendes da Conceição Santos, chegam a Campo Maior 5 monjas espanholas, provenientes do Mosteiro da Conceição de Vilafranca del Bierzo que se instalam no arruinado convento entretanto adquirido pela Diocese;

1942 – 1968 – reconstrução do convento, com alteração de todo o interior na zona de clausura.